PS acusa Presidente de Ponta Delgada de ausência de planeamento, falta de diálogo e de gerir a autarquia de costas voltadas para os munícipes

PS Açores - 20 de junho, 2023

A Assembleia Municipal de Ponta Delgada reuniu ontem extraordinariamente na sede da Junta de Freguesia de São Pedro. A agenda da reunião foi subordinada ao “Debate sobre o Estado da Cidade e das Freguesias”, de acordo com o Artigo 33-A do Regimento da Assembleia.

 

Nessa reunião, os deputados municipais do Partido Socialista acusaram o Presidente da Câmara de “ausência de planeamento, falta de diálogo e de gerir a autarquia de costas voltadas para os munícipes”.

Os socialistas abordaram vários problemas que atualmente afetam a cidade e as freguesias do concelho. Na primeira intervenção do PS foi referido que “o Presidente da Câmara gastou 17.000 euros em prémios de um concurso de ideias para reabilitar o centro histórico que foi deitado ao lixo, acabando a Câmara por desenvolver uma obra por administração direta que foi realizada sem diálogo com as partes interessadas, sem articular urbanismo com mobilidade, sem obedecer aos critérios que a própria autarquia impos no regulamento do concurso de ideias, ou seja, foi tudo realizado de costas voltadas para os munícipes e o resultado final não é feliz”.

Outro dos temas abordados pelo PS foi a questão dos elevados preços da habitação “o presidente de câmara fala muito num investimento de 106 milhões ao abrigo do PRR, mas essa verba será para resolver 759 casos de condições habitacionais indignas, na prática são realojamentos de famílias muito carenciadas. Esse investimento, muito importante do ponto de vista social, não atenua a subida do preço das casas em Ponta Delgada para a classe média e para os jovens, nem o problema de gentrificação dos centros urbanos. Ainda recentemente soubemos que Ponta Delgada é a quinta cidade portuguesa onde os preços da habitação mais subiram no primeiro trimestre de 2023, um crescimento de 5,5% atingindo os 1.759 euros por metro quadrado. São valores incomportáveis que expulsam as pessoas da cidade”. O PS defendeu que “a situação é grave e só pode ser atenuada com medidas para facilitar a promoção habitacional e a reabilitação, mas no imediato a melhor via é aumentar o investimento municipal em apoios ao arrendamento que neste momento representam apenas 0,5% do orçamento municipal”.

Diversos outros problemas foram abordados pelo PS, como a questão dos atrasos na obra do Mercado da Graça, a falta de investimentos nas freguesias do Concelho, a preparação da época balnear, a necessidade de localizar a futura Residência de Estudantes numa zona central da cidade, o aumento da mendicidade e da toxicodependência no centro da cidade e ainda os problemas de insegurança noturna em várias zonas da cidade e do concelho.